Lá a minha casa,
Chegou uma caixa de papelão.
Ninguém a tinha encomendado…
Ninguém lhe tinha posto a mão.

Podia ser dinheiro,
Roupa ou estátuas de jardim…
Um calendário, almofadas
Ou qualquer coisa assim.

Folhas de papel, tecidos,
Uma bandeira de Portugal…
Ou então um perfume que cheirasse bem!
Não queria um que cheirasse mal.

Lanternas, réguas
Ou uma chupeta…
Um caixote do lixo,
Um pau ou uma caneta…

Também podiam ser palhinhas,
Carteiras ou balões.
Mas, para descobrir,
Tínhamos de tirar todos aqueles cartões.

No final de tudo,
Ouve-se a campainha:
Era o vizinho,
Que vinha buscar a sua caixinha.

Tinha ido às compras
E pediu que entregasse na minha casa.
Ficámos todos surpreendidos…
Seguimo-lo e saiu de lá uma asa.